Voltei. Depois
de 2 meses senti vontade de escrever novamente aqui no blog.
Atualizando os
fatos: Voltei de Malta. E eu estava feliz por estar vindo para casa, mas a
viagem de avião foi complicada, entrei em crise no voo que dura 12 infinitas
horas e tive muita sorte de uma pessoa perceber e me ajudar.
Resolvi morar
sozinha em outro estado, porque eu gostaria de ter essa experiência, penso que
é importante para todas as pessoas e principalmente para os autistas que
precisam muito buscar sua autonomia.
As coisas não estão
melhores, eu continuo sem pertencer ao mundo, não consigo me encaixar ou fazer
amizades. Muitas vezes sinto vontade de dar o meu reset, então, volto para a
casa dos meus pais, embora esse desejo não passe.
Eu me sinto sozinha,
só tenho mais proximidade com uma pessoa e acabo atrapalhando muito, porque a
pessoa tem a sua vida, seus amigos, seus costumes e eu não tenho absolutamente
nada. Nem lá e nem aqui. É simplesmente um vazio.
Penso que se eu
morrer, eu poderia ir para o vazio do universo e fazer parte dele, pelo menos não iria existir mais
nada, tudo acabaria. Não queria acreditar no que as religiões ou a espiritualidade
falam a respeito da morte, é prolongar o sofrimento e ser obrigada a estar
aqui.
Sempre criei
prazos, eu gostaria de ter morrido aos 27 anos, mas não deu certo porque
busquei caminhos errados. Eu não queria mais a minha vida, mas tinha que defendê-la. Foi mais ou menos assim naquela época...
O meu ultimo
prazo é aos 42 anos, e isso estava decidido na minha cabeça. O problema é que
eu penso demais, penso nos meus pais e como eles ficariam tristes e talvez, até
envergonhados. Então sempre resolvo esperar mais um pouco, mas acredito que agora está mais
fácil.
“Hoje gastei
todo o meu dinheiro e comprei um terreno em Marte. Eis a foto, cedida pela NASA
do meu pedacinho de felicidade. Marte é um planeta onde a vida é diferente: é
seguro, limpo e silencioso. Sem pessoas, sem carros, sem telefone. Somente eu e
a minha imaginação vamos morar no infinito. Mas como se chega lá?”